quinta-feira, 10 de março de 2011

Armas de brinquedo


Há certa polêmica, já virou até assunto do congresso e todos têm alguma opinião. Armas de fogo de brinquedo na mão de crianças, e aí?

Por um lado temos a possibilidade de uma proibição. Tem-se um ganho que é dificultar o uso pedagógico errado para as crianças que utilizam esse brinquedo. Por outro, poderíamos abrir a jaula da produção clandestina ficando sujeitos a produtos tóxicos, armas que ofereçam perigos as crianças e uso indiscriminado pelas mesmas, informações estruturais inadequadas aos brinquedos, mercado ilegal, etc.

No outro pólo temos a liberação das arminhas, que podem de alguma forma ajudar as crianças  a tomar gosto pela coisa, a entender do que se trata e nos piores casos despertar práticas de vandalismo.

Pessoalmente creio que no contexto que vivemos temos um ambiente hoje que não é o mesmo em que as armas eram criadas.

Meu pai usava o badogue para acertar desde latas até pássaros e cobras venenosas de longe. Ele era um dos melhores atiradores da roça que passava férias. Chegava a acertar em fios de energia para exibir sua pontaria.
Hoje em dia isso, seria no mínimo inescrupuloso.

As armas vendidas hoje não são semelhantes às armas vendidas ontem.

A indústria de brinquedos mascara as armas com os personagens que as utilizam. Temos por um lado o Max Steel com armas que parecem metralhadoras, temos de outro Star Wars com espadas e pistolas magnéticas altamente destrutivas. Sem falar, nas bombas, socos potentes e outras coisas mais que vêm nos bonecos. E o Ben 10 que tem uma gangue dentro um relógio. HAhahahahaha... Essas armas têm o exato sentido de todas as outras: um objeto usado para atacar ou ameaçar um ser.

As armas são artifícios necessários para o mundo dos adultos e sendo assim tornam-se legalizadas e talvez nunca deixem de existir enquanto o planeta estiver habitado por humanos. É um objeto paradoxo, pois é construída por um extinto de sobrevivência, já que as primeiras armas foram usadas para animais e na guerra, sendo que provavelmente a primeira guerra pode ter iniciado na própria tribo ao passarem fome, perderem posses e outras adversidades do mundo ancestral.

Destarte, é possível que tenhamos muitas armas em nossas casas sem mesmo percebermos, como os dentes e unhas, por exemplo. Agora, o que tornará essas armas brinquedo ou não é a forma lúdica, o significado "brincante" que construímos sobre elas junto com os filhotinhos.

Então vão algumas dicas de psicólogo:

  1. Lembre-se que ele tem uma lógica diferente da sua e que precisa dar vazão às coisas brincando;
  2. Tentem observar quando e como o seu filho brinca com armas;
  3. Estejam atentos aos ícones e símbolos que seus filhos utilizam para atacar e se defender;
  4. Qual ou quais são os alvos mais comuns dele;
  5. O que constrói, de que é feito, o que está nas entrelinhas deste alvo (vilão, animal, fantasia, desenho animado...);
  6. Se o alvo for o pai ou a mãe, ou pessoas próximas se lembrem que há uma ou umas característica de personalidade implícita nessa escolha de alvo e não a personalidade toda dos entes em si;
  7. Lembre-se que entre os 8 a 10 anos ele simboliza as coisas e muitas vezes não as trata com seu sentido real, então o mais importante é a conceitualização, o sentido das coisas;
  8. As crianças não são violentas por se interessarem por armas.

Há pessoas que possuem armas de fogo e nunca precisaram utilizá-la; depende de como cada um constrói o conceito sobre o que está sendo utilizado, seja arma ou qualquer outra coisa.

Lembra do meu pai? Ele nunca brigou...

Para maiores informações:


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